Binário Borges-Praia, opiniões
A ampliação do Praia de Belas Shopping Center aumentará o fluxo de veículos no seu entorno. Além dele, outros empreendimentos trarão maior circulação. Para dar conta disso, os técnicos da EPTC decidiram pela implantação de um binário - moda que começou na cidade, com a chegada da turma dos 16 anos ao poder, que importou desempregados do partido, de São Paulo. Pela proposta, a Borges de Medeiros terá mão única, desde os Açorianos, até a José de Alencar, vindo do Centro. Já a Praia de Belas, ao contrário, levando ao Centro. Quem paga os estudos bem como a implantação é a Iguatemi Empresa de Shopping Centers (Iesc). O binário é uma exigência para a terceira fase de ampliação do Praia de Belas prevista para iniciar em 2011. A primeira está em curso. Ela implica na ocupação do terceiro piso do estabelecimento (hoje estacionamento, com 500 vagas), com mais oito cinemas, lojas, área de alimentação e um teatro com 400 lugares.
Para saber o que pensa, quem vi-ve e trabalha no Menino Deus, ouvimos quem se dispôs a falar, no comércio do bairro, sobre o binário. Quem quiser, pode utilizar o e-mail folhadoporto@terra.com.br
Favoráveis ou indiferentes
“Ótimo, seria maravilhoso”, define Ivete Freitas Pasa, comerciante na Getúlio Vargas há oito anos e residente no Menino Deus.
“Se for para melhorar, ótimo”, afirma Fábio Gonçalves, que trabalha em uma ferragem na José de Alencar. “Mas, se acontecer como na III Perimetral, quase vazia, enquanto isso, quem vai de ônibus pela Assis Brasil fica 40 minutos no corredor, do início até o HCR, não adianta.” Para ele, gastaram milhões em uma avenida com pouco fluxo e descuidaram de outra, muita intensa.
Para lembrar, a obra em 12,3 km da III Perimetral (não em toda ela) custou R$ 125 milhões, sendo R$ 13 milhões no encontro da Protásio Alves com a Carlos Gomes.
“Acho que para ir ao Centro vai melhorar”, diz o cabeleireiro Jefferson Saturno. “Não vejo problema, mas, para quem vai ao sul ou mora aqui, eu não sei como será”.
“Poderia continuar como está, sempre passo lá pelas 18h00 ou 19h00, sem problema”, aponta Daniel Maiser, da banca de jornais da Caixa, na esquina da José com a Múcio Teixeira.
Em outra banca de jornal, na esquina com a Grão-Pará, o proprietário Alexandre Garcia não prevê mudança para ele, pois “venho cedo, lá pelas seis e meia, o trânsito está sempre livre neste horário”. Mas lembra de um ponto em esgotamento. “A Múcio Teixeira, no início, era tranqüila, agora já está cheia”.
“Acho que tem que fazer o binário”, apóia Wilma Guez, que, na conversa, revela conhecer muito dos projetos de Porto Alegre.
Contrários ou em dúvida
“Para quem mora no bairro vai complicar”, prevê Mozart Ferreira da Silva, residente há 13 anos na José de Alencar. E, sobre a Borges afunilar na frente da elevada Dom Pedro I, “não sei se vai funcionar”.
Ismael Berdichevski pergunta “por que não usam mais a Edvaldo Pereira Paiva?”, ainda mais, lembrando que será duplicada, em função da Copa do Mundo de 2014.
Já Rosi Lima, gerente de loja na Getúlio, tem dúvidas. “Não sei se revolveria, com a estrutura que a cidade tem para a quantidade de carros, que continua aumentando. Não sei se o binário resolve. Se melhorar um pouco, já é lucro.”
Os números da estatal
A EPTC prevê um aumento no fluxo de veículos de 9.366 para 10.374 no cruzamento da Borges com a Ipiranga, ainda dentro da categoria “verde”, na qual os técnicos prevêem uma utilização de até 82% da capacidade da via.
Já o cruzamento da Praia de Belas com a Ipiranga passará, é a previsão, dos 6.633 atuais para 8.559 (em 82% do uso da capacidade).
E o movimentado, e de muitos acidentes, encontro de Múcio Teixeira com Bastian, passará dos 1.331 para 1.739 veículos, na categoria de alerta. Com o binário, virá, enfim, a sinaleira para aquele cruzamento, está no plano viário elaborado pela EPTC. O horizonte dos números, para o aumento de fluxo, é o ano de 2016.
Depois dessa data, quem sabe?
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