Wednesday, August 12, 2009

Autoridade confessa impotência


Presidente Wanda, da Assamed, mostra o rombo no teto da cozinha
Foram quatro arrombamentos à sede da Associação dos Amigos e Moradores do Bairro Menino Deus (Assamed), na rua Álter Cintra de Oliveira, 50 (continuação da Rodolfo Gomes), em Porto Alegre. Foram nove arrombamentos no Grêmio Literário Castro Alves, na rua Visconde do Herval. Tudo isso, neste Verão. A sede da Assamed foi depredada, pelos invasores, para recolher partes de metal, para vender como sucata, é a conclusão inevitável. Em vista disso, e de tanta insegurança no Menino Deus, a diretoria da Assamed convidou as autoridades para uma reunião, realizada na tarde de 25/03. Mas o resultado da reunião aponta para a impotência das autoridades. Representantes da Polícia Civil, da Brigada Militar, da Guarda Municipal e da Fundação de Assistência Social e Comunitária (Fasc) pouco mais tinham a dizer, que não possuem condições de fazer o seu serviço. E, de quebra, ainda falam no “problema social” da droga e nas leis que impedem a ação das forças policiais da lei e do assistencialismo. Uma triste e desamparadora verdade.

Após relatarem os ataques sofridos, a presidente da Assamed, Wanda Lúcia de Souza, e o vice do GLCA, Amir Benedetti, veio a pergunta de o quê poderia ser feito, para evitar novos ataques.
Representante da Polícia Civil disseram que a 2ª DP, que atende o bairro, possui 35 mil inquéritos. São 30 a 40 ocorrências registradas todos os dias e há somente três policiais para investigar. A população deve colaborar, sugeriu.

Representante da Guarda Municipal disse que possui 500 efeitivos para 406 setores do governo municipal. São apenas 19 homens para serviço externo, como em praças e parques. Porto Alegre tem 570 praças e parques urbanizados.

Revelou saber da limitação, afirmou que viaturas da Guarda Municipal passam algumas vezes por dia pelas praças, mas que “só passar não adianta”, admitiu.
E foi citado o caso de um homem detido no parque Marinha do Brasil, naquele dia mesmo (25/03), por furto pelos integrantes da Guarda Municipal. Acionaram a BM, que conduziu o criminoso à delegacia.
Já o representante da Fasc, revelou que estava há apenas dois meses no órgão, por isso não tinha dados para fornecer, mesmo assim, garantiu que “a Fasc faz o seu trabalho e bem feito. Se as pessoas vêem um indigente na rua não significa que a Fasc não age. Ocorre que a abordagem não é coercitiva, as pessoas não podem ser levadas, se não quiserem, para o albergue”.
Já o representante da BM repetiu o já sabido “não há efetivos” e que a força deixou de ser preventiva, para atender ocorrências. Lembrou que dão dicas de segurança para condomínios.

E assim seguiu a conversa. Se um crime de menor poder ofensivo é cometido, como o assalto à Assamed, a lei impede que o autor seja preso. Responde em liberdade. É a socialista lei 9099/95.
Amarrado pela sua lei, falta de pessoal e de recursos, o Estado parece mais impotente do que os vagabundos que roubam sucata. Só não é para tomar nos tributos.

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