Veneno na Câmara - Janeiro 2007
Toca o telefone, aqui, na sala de redação (um computador e uma linha telefônica; um redator). Uma assessora, falando em nome de dois vereadores (do neo-trabalhismo) diz que está "convocando" os jornais de bairro, para uma palestra do vereador, para que os jornais saibam como devem trabalhar o seu meio, segmentado que é. Todo meio é um segmento, ora. Erro básico de semântica.
Primeiramente, vereador só convoca funcionário seu. Se há alguém que deve convocar alguém é o jornalista, o vereador - afinal, este é servidor. Isso é abuso de poder de eleitos e concursados (ditadura).
E, afinal, é muita cara de pau, um vereador, além de convocar quem lhe sustenta o altíssimo e discutível salário, intentar dizer, para quem é dono de jornal de bairro, como é que ele deve trabalhar. Haja, haja!
Se tem alguém que deve dizer algo, então são os jornalistas, aos vereadores, sobre como é que eles têm de e devem trabalhar. Ora, ora.
Deturpação lingüística
Termos como 'estudante', 'viajante', 'viandante', 'aprendiz', 'governante', 'capitão', 'major', 'coronel', 'general', 'presidente' não têm flexão de gênero. Não é o que pensam os jornalistas da casa municipal, provavelmente a pedido da própria nova presidente, que foi noticiada como "presidenta". Pobre Última Flor do Lácio, inculta e bela. Será que sabem eles o que é o "Lácio"?
Primeiro, a semântica
Inicia-se deturpando a língua, a forma e o significado das palavras. Depois, invade-se a vida das pessoas. Como ao dizer que os negligentes são "excluídos" e os bandidos "vítimas do sistema". Ocorre que o "sistema" é formado pelos virtuosos, aqueles que cumprem regras e pagam contas.
Democracia, é?
Ao assumir, falou em defender a democracia. Ocorre que o partido é de coletivistas, que negam os básicos direitos individuais.
Água em debate
Um da oposição disse que há falta de água em pontos da cidade. Outro, da situação, perguntou por que, na administração dele, com o Dmae superavitário, não fizeram investimentos. O Dmae, lembrou, emprestou dinheiro para o 13° dos municipários.
Tombado para tombar
Prédios tombados (a preservar) estão, quase, a tombar, no Centro, acusou vereador, amarrados com fios. E são criatórios de morcegos. Se alguém morrer, ninguém terá culpa. É a ditadura.
Esta é boa
Debatendo com um petista, Sebastião Melo (PMDB), disse que os sucessores do PT "deveriam fazer arqueologia", pois, após eles, "fica tudo em ruínas".
Surpreendente
Edil do velho trabalhismo disse que há "excesso de leis". Vindo de alguém coletivista, impressiona. Mas é só atitude de paramento; no velho parlamento.
A língua do inimigo
Vereador, supostamente, não coletivista, disse que a tecnologia garante "inclusão social". Capitulou mentalmente ao adversário.
A própria ação inútil
Vereadores foram às ruas "fiscalizar" marquises. Era seu papel no século XIX fiscaliar obras públicas ou no espaço público. Hoje, o de sacar de diligentes. Cabe à Smov. Tão somente.
E o poste, vereadores?
Menina foi morta por poste, sob responsabilidade da burocracia municipal. Quem vai para a cadeia pelo homicídio culposo? O poste? Seria doloso, à luz de neo-promotores, pois, ao não zelar pelas boas condições do poste, assumiram o risco de matar.
Sou você, amanhã
Vereador petista culpou o DEP, que não limpa dutos, pelos alagamentos. No tempo da turma dele, problema era o mesmo. O nheconheco desacredita a política. E o político.
Violação da propriedade
Vereador denuncia que há pessoas, que ganham até três mínimos (75% da massa salarial do país, aliás), recebendo carnês do IPTU maiores que seus salários. Contra todo o IPTU ele nada diz. Ajuda a lhe pagar os R$ 7 mil e ...
O lixo de todos nós
Vereador antifumo diz que papeleiros e carroceiros espalham lixo. Esqueceu de culpar as classes médias e altas, que também fazem da cidade lata de lixo.
Verbo escolhido a dedo?
Vereadores recebidos pelo prefeito "para tratar da eliminação das carroças". "Eliminar" é? Poderiam ter usado outro verbo. Poderiam?
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