Thursday, November 02, 2006

Veneno na Câmara - Outubro de 2006

Carroças, governo, povo e política
O vereador Sebastião Melo, do coletivista PMDB, apresentou projeto para retirar gradativamente as carroças de circulação. As classes-médias e altas, motorizadas, agradecem. O que nem ele, nem elas, percebem, é que o carroceiro é fruto do governo/Estado, que gera miséria, enquanto paga salários, aposentadorias e pensões acima da realidade do país, endividando-se, para tanto. Outra origem da carroça é a dos costumes. Vivemos no Estado do cavalo. E quem usa carroça poderia até comprar uma fubica, mas é inviável, dados os tributos sobre veículos, combustível e a caríssima carteira de habilitação - mais um excesso de o Estado, unido à iniciativa privada indigna do epíteto.

Retirar as carroças e os carrinheiros das ruas é o mesmo que matar as pessoas de fome. Revela-se, aqui, um traço típico deste povo submisso ao Estado: o nacional-socialismo, que sempre elegerá um ou mais segmentos da sociedade como um mal que se deve extirpar. Democracia.


Há que ter paciência
O país é na maioria pobre, rico é o governo; remediada uma minoria na iniciativa privada. A carroça e o papeleiro só acabarão, quando os governos pararem de sacar do povo, para si e seus.

Crença na intervenção
O autor do projeto de lei que visa a eliminar as carroças, das ruas, ilude-se, pensando que ele pode eliminar um problema que sua categoria, o político, alimentou.

Frases às carroças
"O problema das carroças não é social, mas da falta de vergonha na cara dos prefeitos que estimularam [seu] surgimento. E o problema social de quem precisa chegar ao trabalho e fica trancado no trânsito?" (João Dib/PP)
Saia uma hora antes.
"Os carroceiros não podem ser tratados como lixo humano." (Maristela Maffei, PSB, ex-PT)
O governo faz do povo lixo.
"Existem diversos problemas além das carroças, mas as dificuldades surgem pela miséria, provocada pelo pouco emprego e outras causas sociais." (Raul Carrion, PCdoB)
O Estado, que ele tanto ama, é a "causa social" da origem da pobreza da nação. Estatista, isso ele jamais admitirá.

Bode expiatório escolhido
Porto Alegre já tem o grupo humano a quem achincalhar pelo caos no trânsito, como se os taxistas, os motociclistas, os motoristas de ônibus, os particulares fossem condutores exemplares. Não se trata de invocar o "atire a primeira pedra quem nunca", mas de identificar o staus quo.

Proposta surpreendente
Foi aprovado na CCJ, como constitucional, a restrição à publicidade nas ruas. O que mais espanta é o fato dos autores, de partidos estatistas, serem contrários, entre outras coisas, à prefeitura vender espaço publicitário. A EPTC não vai gostar do projeto, pois proíbe publicidade em abrigos de paradas de ônibus. Ah, placas, adotando praças, pode.

Erro de categoria
Um vereador pede a exclusão do conceito de 'recinto coletivo' da lei "racista" antifumo, para áreas com menos de 40m². Mas, se é recinto, um, não pode ser vários. Com a depravação semântica, dita-se a vida de quem o paga.

Saque será facilitado
Logo, a carteira para compra de passagem escolar servirá para que uns sejam autorizados a saquear o trabalho de outrem. É chamado por edis de "ampliar o benefício da meia entrada". É malicioso e imoral a política depauperar o fruto do trabalho de quem a sustenta.

Um viva ao passado torpe
Há 18 anos, pessoas morrem ou ficam deformadas, esperando saúde estatal. Pela primeira vez, em 15 anos, o Conselho de Saúde, festejou um neotrabalhista, não aprovou relatório trimestral da secretaria da Saúde. Como se, no tempo deles, fosse tudo muito bom.

Esqueceu do passado?
Uma vereadora apontou para os baixos salários do magistério estadual. Faz média? Mas e quando ela foi secretária da Educação? Eram baixos. E sempre serão. A previdência estatal, falida, inviável, impedirá melhor remuneração.

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